31.3.12

Televisão e Jogos de Computador





Nas últimas décadas assistimos a grandes mudanças de hábitos aos mais diversos níveis, que afectam também o meio familiar. Os media estão mais acessíveis e facilitam-nos a vida, mas andamos cada vez mais atarefados. Nomeadamente os pais, queixam-se de falta de tempo para acompanhar os filhos sendo que, a televisão, os videojogos e a Internet se tornam, por vezes, os melhores amigos destes. Por outro lado, as crianças brincam pouco na rua devido à falta de espaços e à insegurança, passando mais tempo em casa.

São inúmeros os estudos realizados sobre o impacto que o excesso de televisão e de jogos de computador pode ter nas crianças. É também um tema comum entre as preocupações de médicos, pais e educadores. As conclusões parecem ser unânimes: o excesso de televisão e de videojogos é nocivo ao desenvolvimento da criança.

Uma das maiores preocupações prende-se com o facto de a maior parte dos programas a que as crianças assistem não ser adequado à sua idade, ficando assim expostas aos mais variados tipos de violência e não só. Estas crianças poderão ter maior tendência para assumir comportamentos agressivos e para se tornarem menos sensíveis à dor e ao sofrimento de outras pessoas, pois estão habituadas a uma visão distorcida da realidade. Também podem ter mais receio do mundo que as rodeia e um acesso mais rápido a maus exemplos como o tabagismo ou outros comportamentos de risco.

Muita televisão e videojogos deixam pouco tempo para ler, o que prejudica a aprendizagem. O visionamento limita-se a fomentar a repetição enquanto que a leitura estimula mais a imaginação. Perdem-se rotinas familiares pois, por vezes, são os horários de determinados programas que comandam, deixando de haver tempo para simplesmente, conversar. As crianças que vêem televisão e jogam videojogos em excesso têm menos vida social, pois ao passarem a maior parte do seu tempo livre em casa não interagem com outras crianças. Já não se vêem grupos de miúdos a jogar à macaca, ao pião, a saltar à corda ou a brincar às escondidas ou à apanhada…

Este sedentarismo provoca outro problema grave: a obesidade infantil. Como passam muito tempo à frente de monitores não praticam exercício físico suficiente, nem as brincadeiras próprias da idade. Por outro lado, a televisão incentiva, através de manobras publicitárias (oferta de brinquedos, etc.) ao consumismo de “fast food”. A obesidade infantil aumenta o risco de algumas doenças surgirem precocemente: problemas cardiovasculares, níveis de colesterol e triglicéridos elevados, problemas respiratórios, diabetes e até alguns tipos de cancro.

Entenda-se que os media não são sempre nocivos para a criança! A televisão é uma das formas mais fáceis de se adquirirem conhecimentos e alguns videojogos fomentam os reflexos. Cabe aos pais e educadores estabelecerem os limites: quanto tempo e a que horas do dia deve a criança ver televisão ou jogar computador. Duas horas diárias parece ser o razoável e nunca enquanto os trabalhos de casa são executados. O adulto deve procurar ter conhecimento do conteúdo dos programas e, sempre que possível, acompanhar as crianças durante o visionamento. Deve interagir, explicando e ensinando a criança a levantar questões e a fomentar o sentido crítico.

Não deve ligar-se a televisão durante o jantar, praticamente a única refeição realizada em família. Deve aproveitar-se a ocasião para que todos se sintam à vontade para contar o seu dia. As crianças não devem ter televisão no quarto e devem ter sempre alternativas para ocupar os seus tempos livres: trabalhos manuais ou outras brincadeiras que envolvam mais membros da família e amigos. A leitura é um hábito importante: ofereça livros e leia-lhes histórias. É essencial a prática de exercício físico: encoraje os seus filhos a praticar desporto ou a tocar um instrumento musical. Saia, sempre que possível, para passear: contactar com a Natureza está ao alcance de todos.



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