31.3.12

Oligoelementos





Por definição, os oligo-elementos são minerais (metais e metalóides) presentes no corpo humano em quantidades infinitesimais mas que são indispensáveis ao bom funcionamento do organismo. Basicamente, os oligo-elementos são catalisadores das funções enzimáticas, ou seja, a sua presença favorece reacções químicas sem que necessariamente nelas tomem parte.

A ausência destes elementos no organismo prejudica o seu bom funcionamento, podendo mesmo originar desequilíbrios e estados patológicos. As causas mais frequentes de situações de carência prendem-se, essencialmente, com uma má alimentação. Hoje em dia, comemos demasiados alimentos enlatados, congelados, que contêm muitos conservantes e corantes químicos. Muitas das refeições que fazemos são excessivamente temperadas e reaquecidas, o que elimina os nutrientes dos alimentos. São também muitos os que abusam dos fritos, dos alimentos ricos em açúcar e em farináceos, em detrimento dos alimentos frescos e integrais. As culturas intensivas dos solos, o uso de fertilizantes e insecticidas químicos e a poluição do ar e da água contribuem ainda para destruir o valor nutritivo dos alimentos.

A oligoterapia recorre aos oligo-elementos, que manipula e activa (através da ionização), para que se assemelhem ao seu estado natural no organismo. Posteriormente, os oligo-elementos são introduzidos no organismo (por via oral, sublingual, ou percutânea), desencadeando reacções que permitem o restabelecimento do metabolismo enzimático que, por sua vez, restaura as funções orgânicas e o equilíbrio da nossa saúde.

De acordo com a oligoterapia, não se tratam doenças, mas sim doentes. Segundo este princípio, é necessário estabelecer o que na oligoterapia é chamado de diáteses ou "terreno", ou seja, a predisposição de uma pessoa, para contrair determinadas afecções. Assim, cada diátese corresponde a determinadas tendências, comportamentos, características e sintomas. Segundo esta terapia, existiam inicialmente quatro diáteses: alérgica (fadiga matinal), hiposténica (fadiga rápida e acentuada ao fim do dia), distónica (fadiga relacionada com a idade) e anérgica (fadiga relacionada com a falta de autodefesa contra as agressões). Posteriormente, surgiu uma quinta diátese, a desadaptação (fadiga generalizada). A cada uma correspondem, respectivamente o Manganês, Manganês-Cobre, Manganês-Cobalto, Cobre-Ouro-Prata, Zinco-Cobre. A acção destes oligo-elementos completa-se pela acção de outros, como o Enxofre, o Iodo, etc., usados de acordo com cada caso.

A grande vantagem dos oligo-elementos reside na sua dosagem infinitesimal, ficando assim afastados os riscos de toxicidade. Alguns autores distinguem os sais minerais, que se encontram em quantidades consideráveis no organismo (a que chamam de macro-elementos), dos oligo-elementos, propriamente ditos (micro-elementos). Porém, a oligoterapia recorre ao uso de ambos. O oligo-elemento da primeira diátese, o manganês, é um anti-alérgico e é usado, por exemplo, em casos de asma, erupções, nevralgias e enxaquecas. O manganês-cobre é indicado nas colites, perturbações duodenais, artrites entre outras afecções. O manganês-cobalto é considerado um regulador das perturbações circulatórias periféricas e coronárias. No que respeita a diátese anérgica, é utilizado o cobre-ouro-prata para ajudar a combater as perdas de vitalidade, estados obsessivos e estados infecciosos. Por seu lado, o zinco-cobre é aconselhado em casos de acne, queda de cabelo, frigidez e impotência sexual.

Muitos outros elementos são usados na oligoterapia. Por exemplo, o lítio, é um elemento que ajuda a melhorar as funções eliminatórias das vias urinárias. Por outro, é bastante utilizado em casos de nervosismo, ansiedade, depressão, irritabilidade e insónias. O enxofre, tal como o manganês, é considerado um anti-alérgico, pelo que lhe é associado no tratamento de diversas afecções. Normalmente, o enxofre é também associado ao cobre para ajudar a combater os estados infecciosos. No caso de afecções cutâneas (acne, eczema, urticária, etc.), o enxofre apresenta uma grande utilidade, visto ser considerado um dessensibilizador universal. Outro mineral extremamente importante é o magnésio, pois intervém na maior parte das nossas funções fisiológicas. Assim, este mineral, é indicado, por exemplo, em casos de problemas neuro-psíquicos, entre outros. O complexo cobre-ouro-prata é muito utilizado para prevenir os estados gripais, devido às suas propriedades anti-infecciosas, sendo muitas vezes utilizado nas épocas frias.

Parece-me ainda interessante salientar alguns alimentos importantes devido ao seu teor nutritivo, nomeadamente, em oligo-elementos. Refiro-me, por exemplo, às algas marinhas, ricas em vitaminas A, B e C, cálcio, ferro, fósforo, potássio, enxofre, manganês, iodo, zinco, níquel, entre outros. O melaço da cana de açúcar e a geleia real são também alimentos extremamente ricos, pois contêm os nutrientes acima indicados.

Relembro que o tratamento das afecções através da oligoterapia deverá ser efectuado por um técnico de saúde. É necessário ter em conta que os resultados variam consoante a predisposição do sujeito. Lembre-se que esta terapia, tal como outras, não é substitutiva, mas sim complementar, pois tenta equilibrar um organismo deficiente. A oligoterapia é, em certos casos, curativa. Contudo, é essencialmente preventiva, usada como adjuvante na medicina clássica que ajuda a reforçar.


Sem comentários: