1.5.12

Símbolo OM









Om ou Aum é de grande importância no Hinduísmo. Este símbolo é a sílaba sagrada que representa Brahman, o Absoluto impessoal do Hinduísmo – onipotente, onipresente e a fonte de toda a existência manifesta. Brahman, por si mesmo, é incompreensível; então um símbolo é obrigatório para nos ajudar a entender o Incognoscível. Om representa tanto o aspecto não-manifesto (nirguna) quanto o manifesto (saguna) de Deus. Por isso é chamado de pranava, para significar que ele penetra na vida e corre através de nosso prana ou respiração.
 
Om na Vida Diária

Apesar de o Om simbolizar o mais profundo conceito da crença hindu, é um usado diariamente. Os hindus começam seu dia, qualquer trabalho ou uma viagem expressando Om. O símbolo sagrado é geralmente encontrado no cabeçalho de cartas, no começo de monografias e assim por diante. Muitos hindus, como uma expressão de perfeição espiritual, usam o Om como um pingente. Este símbolo é santificado em todo templo hindu ou de alguma outra forma nos templos familiares.

É interessante notar que um recém-nascido é trazido ao mundo com esse símbolo. Depois do nascimento, a criança é banhada ritualmente e o símbolo sagrado Om é escrito em sua língua com mel. Então logo no momento do nascimento a sílaba Om é introduzida na vida de um hindu e permanece para sempre com ele como o símbolo da devoção. O Om é também um símbolo popular usado atualmente em arte corporal e tatuagens.
 
A Sílaba Eterna

De acordo com o Mandukya Upanishad, “Om é a sílaba una eterna da qual tudo que existe é desenvolvimento. O passado, o presente e o futuro estão incluídos nesse som único, e tudo que existe além dessas três formas de tempo está embutido nele também”.
 
A Música do Om

Om não é uma palavra, mas sim uma entonação, que, como música, transcende as barreiras de idade, raça, cultura e até mesmo espécie. Ele é feito de três letras sânscritas, aa, au e ma, que quando combinadas fazem o som Aum ou Om. Acredita-se que ele seja o som básico do mundo e que contenha todos os outros sons. Ele sozinho é um mantra ou oração. Se repetido com a entonação correta, ele pode ressoar pelo corpo de forma que o som penetre no centro do ser, a atman ou alma.

Há harmonia, paz e glória nesse som simples, mas profundamente filosófico. Vibrando a sílaba sagrada Om, a combinação suprema de letras, se alguém pensar na Personalidade Última da Divindade e deixar seu corpo, com certeza alcançará o estado último de eternidade, diz o Bhagavad Gita.
 
A Visão do Om

O Om tem um ponto de vista dualístico. Por um lado, projeta a mente além do imediato para o que é abstrato e inexpressível. Por outro lado, faz o absoluto mais tangível e compreensível. Ele contém todas as potencialidade e possibilidades; é tudo o que foi, é, ou ainda vai ser. Ele é onipotente e por isso continua indefinido.
 
O poder do Om

Durante a meditação, quando entoamos Om, criamos dentro de nós uma vibração que harmoniza simpatia com a vibração cósmica e  começamos a pensar universalmente. O silêncio momentâneo entre cada entoação se torna palpável. A mente se move entre os opostos de som e silêncio até que, por último, ela cessa o som. No silêncio, o único pensamento – Om – é dissipado; não há pensamento. Esse é o estado de transe, onde a mente e o intelecto são transcendidos à medida que o Eu Individual se funde com o Eu Infinito no momento religioso da realização. É o momento quando os assuntos mundanos são perdidos no desejo pelo universal. Tal é o poder imensurável de Om.

 
É interessante notar a  simbologia do Yantra do Om.  É formado pela junção dos símbolos que correspondem aos 5 elementos da natureza: terra, água, fogo, ar e éter.







Uma compreensão profunda sobre este símbolo místico


Revela que é composto de três sílabas combinada em uma, não como uma mistura física mas como uma combinação química. Na verdade em Sânscrito a vogal 'o' é constitucionalmente um ditongo composto de a + u; por isso OM é representativamente escrito como AUM.

Apropriadamente, o símbolo do AUM consiste de três curvas (curvas 1, 2 e 3), um semicírculo (curva 4) e um ponto.

A curva maior 1 simboliza o estado de vigília, neste estado a consciência é voltada para o interior através dos portões dos sentidos. O tamanho grande significa que este é o estado mais comum ('maioria') da consciência humana.

A curva de cima 2 mostra o estado de sono profundo ou estado de inconsciência. Este é um estado onde quem dorme não deseja nada nem passa por nenhum sonho.

A curva do meio 3 (que se localiza entre o sono profundo e o estado de vigília) significa o estado de sonho. Neste estado a consciência do indivíduo é voltado para o interior e o sonhador contempla uma visão encantadora do mundo atrás das pálpebras dos olhos.

Estes são os três estados da consciência de um individuo, já que o pensamento místico Indiano acredita que a realidade manifestada inteira se origina desta consciência, portanto estas três curvas representam o fenômeno físico .

O ponto significa o quarto estado da consciência, conhecido em Sânscrito como turiya. Neste estado a consciência não parece nem extrínsica nem intrínsica, nem os dois juntos.
Significa o voltar para a quietude de toda existencia relativa e diferenciada. Este estado quieto total, pacífico e bem-aventurado é o alvo absoluto de toda atividade espiritual. Este estado Absoluto (não-relativo) ilumina os outros três estados.

Finalmente, o semi círculo simboliza Maya e separa o ponto das outras três curvas. Deste modo, é a ilusão de maya que nos previne da realização dos mais altos estados de bem-aventurança. O semi-círculo é aberto no topo e não toca o ponto. Isto significa que este estado mais alto não é afetado por maya. Maya só afeta o fenômeno manifestado. Este efeito é quem previne o investigador de alcançar seu alvo final, a realização do Um, do onisciente, do não-manifesto, do princípio Absoluto. Desta maneira, a forma de OM representa tanto o não-manifesto e o manifesto, o númeno e o fenômeno. Como um som sagrado também, a pronúncia das três sílabas AUM é aberto para uma rica análise lógica.







 A letra A é conhecida como o primeiro som , independente do contexto cultural. É produzida no fundo da boca aberta e é portanto dita incluir e ser incluída em todos os outros sons produzidos pelos órgãos vocais humanos. Na verdade, A é a primeira letra do alfabeto Sanscrito.

A boca aberta para o A move para o fechamento no M. Entre eles está o U, composto da abertura do A mas formado pelo fechamento dos lábios. Aqui é importante lembrar que interpretado em relação as três curvas, as três sílabas que formam o AUM são suscetíveis a mesma decifração metafórica. O estado de sonho (simbolizado por U) , situa-se entre o estado de vigília (A) e o estado de sono profundo (M). Na verdade um sonho nada mais é do que um componente da consciência da vida em vigília formada pela inconsciência do sono.

Deste modo AUM também contém dentro de si o alfabelto completo, já que sua pronúncia origina do fundo da boca (A), viajando entre (U), e finalmente alcançando os lábios(M). Atualmente todos os alfabetos podem ser classificados sob várias categorias dependendo da área da boca onde são pronunciados. Os dois extremos entre quais um alfabeto completo oscilam são do fundo da boca para os lábios; ambos se juntam no simples ato da pronúncia do AUM.

A última parte do som AUM (M) conhecido como ma ou makar, quando pronunciado faz os lábios fecharem. É como fechar a porta para o mundo exterior e procurar no fundo de nós mesmos a verdade absoluta.Mas além da natureza tríplice do OM como um som sagrado está a quarta dimensão invisível que não pode ser distinguida pelos nossos restritos orgãos dos sentidos como nas observações materiais. Esta quarta dimensão é indescritível, silêncio total que segue a elocução do OM. Uma quietude de todas as manifestações diferenciadas, ou seja, um estado pacífico , bem-aventurado e não-dual. Na verdade este é o estado simbolizado pelo ponto na iconografia tradicional do AUM.

O simbolismo tríplice do OM é compreensível para a maioria de nós humanos 'ordinários' , percebidos tanto no nível intuitivo quanto objetivo . Isto é responsável pela popularidade e aceitação geral. Por este símbolo se extender sobre o espectro inteiro do universo manisfestado faz com que seja uma fonte verdadeira de espiritualidade.


Alguns símbolos equivalentes são:


Cores: Vermelho, Branco e Preto.

Estações: Primavera, Verão e Inverno.

Periodos: Manhã, Meio-dia, e Noite.

Estados: Vigília (jagriti), Sonho (svapna), e sono-profundo (sushupti).

Esferas: Terrena, Celestial e Intermediária.

Deidade Elementar: Fogo (Agni), Sol (Aditya), Vento (Vayu).

Manifestação da Fala: Voz (vak), Mente (manas), Respiração (prana).

Função Sacerdotal: Fazer Ofertas, Realizar rituais e Cantar.

Tendências: Rotativa, Coesa e Desintegradora.

Qualidade: Energia (rajas), Pureza (sattva) e Ignorancia (tamas).

Ritual do fogo: da Casa, dos Ancestrais e de Invocação.

Deusa: Amba, Ambika, and Ambalika.

Deus: dos elementos (Vasus), do céu (Adityas), da esfera-do-espaço (Rudras).

Deidade: Brahma, Vishnu, Shiva.

Ação: Criação, Preservação, and Destruição.

Poder: de Ação (kriya), de Conhecimento (jnana) e de Vontade (iccha).

Homem: Corpo, Alma e Espirito.

Tempo: Passado, Presente e Futuro.

Estágios da Existencia: Nascimento, Vida e Morte.

Fases da Lua: Crescente, Cheia e Minguante.

Divindade: Pai, Mãe e Filho.

Alquemia: Enxofre, Mercúrio e Sal.

Budismo: Buda, Dharma e Sangha (três jóias do Budismo).

Cabalismo: Macho, Fêmea e a inteligência unida.

Pensamento Japonês: Espelho, Espada e Jóia.

Atributos Divinos: Verdade, Coragem e Compaixão.

De acordo as ciências espirutuais Indianas, Deus primeiro criou o som e destas frequências sonoras veio o mundo do fenômeno. Nossa existência total é constituída destes sons primordiais, que dão origem aos mantras quando organizados por um desejo de se comunicar, manifestar, invocar ou materializar. É dito que a própria matéria se originou do som e o OM é o mais sagrado de todos eles. É a sílaba que precede o universo e da qual os deuses foram criados. É a sílaba "raiz"(mula mantra), a vibração cósmica que mantém unidos os átomos do mundo e dos céus. Na verdade, Os Upanishads dizem que o AUM é deus em forma de som. Assim o OM é primeira parte mais importante dos mantras tanto do Budismo quanto do Hinduísmo, por exemplo como em Om Namoh Shivai e Om Mani Padme Hum.

Em uma interpretação mais profunda da concepção mística do AUM, citada no Upanishad:
AUM é um arco, a flecha o eu , e Brahman (Realidade Absoluta) é o alvo.

Outro texto antigo compara AUM com uma flecha, colocada em cima do arco do corpo humano (respiração), que depois de penetrar as trevas da ignorância encontra a sua marca, ou seja, o domínio iluminado do Verdadeiro Conhecimento. Assim como uma aranha que sobe em sua teia e ganha a liberdade, assim também é a subida do yogue em direção a libertação através da sílaba OM




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