1.5.12

Propolis








Curiosamente, a designação Propolis, tem a sua origem na língua grega: Pro - antes, e Polis - cidade, cujo significado é "entrada da cidade". Neste caso e, por ser produzido pelas abelhas, a cidade é a colmeia. A Propolis desempenha aí um papel vital ao proteger esses insectos de agentes externos, impedindo assim a disseminação de infecções.

Esta substância tem sido usada desde há séculos, tendo os gregos reconhecido as suas qualidades curativas em simples feridas ou mesmo em doenças, até aí, tidas como incuráveis. Hipócrates, considerado o pai da medicina moderna, prescrevia Propolis para o tratamento de úlceras internas e externas. Por seu lado, também os egípcios, os romanos e os incas utilizaram a Propolis para fins medicinais. Modernamente, foi apenas nos últimos 20 a 30 anos que a medicina, nomeadamente na Europa, recomeçou a utilizar esta substância com fins terapêuticos, podendo assim, simultaneamente, analisar o seu potencial.

Na realidade, a Propolis é composta por resina (mais de 50%) colhida de plantas e principalmente de árvores (como o choupo, salgueiro, vidoeiro, etc.), cera (30%), óleos essenciais (10%), pólen (5%) e outras substâncias orgânicas e minerais (5%). No entanto, a sua composição pode sofrer alterações, já que depende da fonte de recolha. Este produto da colmeia contém pequenas quantidades de aminoácidos, vitaminas, minerais e bioflavonóides, sendo estes últimos os constituintes activos farmacologicamente mais importantes, devido ao seu poder antioxidante.

Todos estes componentes são misturados com as secreções salivares das abelhas, dando origem a uma espécie de cola, isto é, à substância a que chamamos Propolis. Basicamente, as abelhas utilizam-na para selar todos os favos da colmeia, protegendo-a contra as agressões exteriores, fazendo dela um dos ambientes mais esterilizados da natureza, apesar de cada colónia ser constituída, em média, por cerca de 70 mil abelhas. Resumidamente, a Propolis funciona como sistema imunitário da colmeia, agindo como antibiótico, anestésico e cicatrizante.

Aliás, o seu poder anti-microbiano é de tal modo elevado que, se por exemplo um rato se infiltrar na colmeia e for morto com picadas das abelhas e coberto com Propolis, pode permanecer ali embalsamado durante anos sem qualquer risco de putrefacção. Este poder antibacteriano deve-se a substâncias antibióticas, tais como a galangina e a pinocembrina. A acção anestésica desta substância também é bastante assinalável. Esta propriedade, em conjunto com uma acção cicatrizante e antibiótica, faz da Propolis uma substância eficaz como recurso terapêutico para tratamento de afecções buco-dentárias.
Inúmeros estudos têm sido levados a cabo e vários cientistas acreditam que a Propolis actua sobre as bactérias, vírus, fungos e outros micróbios, como inibidor, impedindo o seu desenvolvimento e destruindo-os.

A Propolis é um "antibiótico" totalmente natural que se tem mostrado eficaz no combate a inúmeros microorganismos. Contrariamente ao que sucede algumas vezes com os antibióticos sintéticos, a utilização da Propolis não revela quase nenhuns efeitos secundários (pode não ser tolerada por pessoas alérgicas a produtos da colmeia). Curiosamente, as bactérias não parecem conseguir criar resistências à Propolis.

Esta substância pode ser-nos útil na prevenção de certas afecções, aumentando a resistência do organismo contra as mesmas ou, estimulando até, a cura natural do organismo. No primeiro caso, estarão as constipações e os resfriados, enquanto que, na segunda situação, podem encontrar-se alguns problemas respiratórios (faringites, anginas , rinites etc.), problemas dentários (gengivites , aftas, etc.), lesões da pele (herpes, queimaduras ligeiras, escoriações, etc.) e infecções ginecológicas (cervicites, vaginites, etc.). Existem várias referências à sua eficácia em outras patologias. Contudo, não podemos considerar a Propolis uma panaceia para todos os males, sendo muito mais interessante cingirmo-nos às situações com uma casuística mais positiva.

Hoje em dia, pode encontrar a Propolis disponível sob a fórmula de pasta (para mascar), cápsulas, tintura / líquido (tanto em extracto alcoólico, como não-alcoólico), cremes, pastilhas elásticas, rebuçados, batons para lábios, pasta de dentes e, até como cosmético. Encontra-se também disponível em combinação com outras substâncias (como por exemplo a equinácia e o tomilho) para as afecções do sistema respiratório.
A dose necessária pode variar entre 500 mg e 1g ou mais diárias, dependendo da situação. Contudo, apesar de se tratar de um produto natural, para além dos casos de pura prevenção ou da melhoria de pequenos males, deverá consultar o seu médico.


 

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