31.3.12

Seitan





Cada vez mais ouvimos falar de outros regimes alimentares, como o vegetariano ou o macrobiótico, como alternativas à alimentação convencional. Hoje, dedico esta coluna ao seitan, um dos substitutos da carne e do peixe mais utilizados pelos vegetarianos e macrobióticos.

São diversas as razões pelas quais muitos optam por deixar de ingerir carne (questões de saúde, ideológicas, etc.) Quando se procura um substituto, em primeiro lugar deve procurar-se um alimento que, tal como a carne, possua um elevado teor proteico. E, como já é do conhecimento de muitos, é possível extrair quantidade suficiente de proteínas na alimentação diária sem haver necessidade de recorrer apenas a alimentos de origem animal. Existem ao nosso dispor fontes de proteínas de origem vegetal que, para além de serem muito mais saudáveis, também são saborosas. São já muitos e mais conhecidos os substitutos elaborados à base de soja, visto que esta leguminosa é rica em proteínas. Porém, muitos desconhecem ou por vezes não se lembram que o trigo, um cereal tão usado entre nós, possui um elevado teor proteico. E, é a partir do trigo que se fabrica o seitan.

No que se refere ao valor nutritivo, para além de ser rico em proteínas, possui um teor baixo em gorduras (sem gorduras saturadas nem colesterol). Possui ainda algumas vitaminas e minerais.

Elaborado pela primeira vez há séculos pelos monges budistas da China, o seitan chegou ao Ocidente e rapidamente passou a ser considerado como um alimento básico das dietas vegetarianas. A sua preparação não é difícil e requer apenas alguma paciência. O seitan obtém-se da farinha integral de trigo à qual se junta água e se amassa à semelhança da preparação do pão. Depois, deixa-se repousar num recipiente com água durante cerca de 30 minutos. Passado este período de tempo, a massa é lavada em água corrente (até que a água deixe de sair branca), para que se elimine o amido e fique apenas o glúten (parte proteica). Obtém-se assim uma massa mais dura com uma consistência elástica. Deixa-se repousar esta massa mais um pouco e depois coze-se, durante cerca de uma hora, em água, tamari (molho de soja), juntando raiz de gengibre e alga kombu.

Depois deste processo o seitan fica pronto a utilizar em qualquer prato onde inicialmente se usaria carne: cozido, estufado, guisado ou frito. Pode guardar o seitan no frigorífico num frasco com o caldo, durante cerca de uma semana ou então congelá-lo. Quanto aos ingredientes utilizados, pode encontrá-los facilmente em lojas de produtos da especialidade. Caso considere todo este processo um tanto complicado poderá encontrar à venda com alguma facilidade seitan fresco pronto a utilizar. De preferência, opte por marcas biológicas.

Para além do seu inestimável valor nutritivo, o seitan é um óptimo substituto da carne e até no aspecto e textura lhe é semelhante. Para além do mais, absorve muito bem o sabor dos alimentos e dos temperos com os quais é cozinhado. Pode ainda completar o aporte de proteínas de origem vegetal, se aos pratos elaborados com seitan acrescentar outros ingredientes como a soja, por exemplo.

Fica apenas uma chamada de atenção para os celíacos, uma vez que não toleram o glúten, não devendo assim ingerir seitan.


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