20.4.12

Símbolos do Peregrino





A Vieira (ou Concha)

Pode ser questionada a utilização de um molusco como símbolo, mas, sendo a Vieira um molusco que surge nas praias da costa num caminho que é maioritariamente de interior, tal facto deve-se às peregrinações ao fim do mundo (Fisterra) em adoração ao pôr-do-sol.
Chegados à beira-mar, estes peregrinos pré-históricos apanhavam da praia as vieiras, como prova da sua viagem. Afirma a lenda que Santiago terá chegado a estas terras por via marítima (vide Rota Marítima), a Vieira assumiu-se, também, como símbolo das peregrinações a Santiago de Compostela.
Na simbologia jacobeia, as conchas estão associadas a um episódio lendário. Diz a lenda que um cavaleiro das Terras da Maia viu ao largo da costa a barca que transportava o corpo do Apóstolo Tiago.

Num ápice, o seu cavalo precipitou-se pelo mar adentro em direcção à barca. Pouco depois, ambos emergiram das águas do Atlântico e regressaram a terra, sãos e salvos, cobertos de conchas.
Hoje, sob a forma de recordação, serve também como comprovativo da viagem a Santiago e da chegada ao Santuário. Os peregrinos levam-na pendurada ao pescoço, utilizando-a para saciar a sede nas ribeiras, rios ou fontanários por onde passam.




A Cruz de Santiago

A cruz é um símbolos cuja presença é atestada desde a mais alta antiguidade. Ela se manifesta no Egito, na China, Cnossos e Creta.
A tradição cristã enriqueceu o símbolo da cruz prodigiosamente, condensando nesta imagem as histórias da Salvação e da Paixão do Salvador. A iconografia cristã se apoderou dela para exprimir o suplício do Messias e também a Sua presença.
Os diversos sentidos que a simbologia lhe atribui não tem nada de absoluto. Eles não se excluem uns aos outros.
A cruz é conhecida com o terceiro dos quatro símbolos fundamentais, juntamente com o centro, o círculo e o quadrado. Ela estabelece uma relação com os três outros. 
Esta relação está na interseção de suas linhas retas, que coincide com o centro, que nela é aberto ao exterior. Ela inscreve-se no círculo, dividindo-o em quatro segmentos, engendrando o quadrado e o triângulo, quando suas extremidades são ligadas por uma linha reta. 
Como o quadrado, a cruz simboliza a Terra, apontando para os quatro pontos cardeais. Sua presença é visivel na Natureza: o homen de braços abertos, o vôo dos pássaros, etc... 
A cruz é a base para todos os símbolos de orientação nos diversos níveis de existência do homen.

A Cruz de Santiago é o símbolo da Ordem Militar e Religiosa de Santiago, fundada no ano de 1160 no reino de leão por 12 Cavaleiros no reinado de D. Fernando II, para defender os peregrinos que iam ao sepulcro do Apóstolo Santiago em Compostela, a fim de receber o jubileu atravessando a Porta Santa da Catedral de Santiago, como está descrito no Códice Calixtino.





A Escarcela (ou Bolsa)

Hoje substituída por bolsas de cinta, assumia as mesmas funções. Era uma pequena bolsa  de couro que se prendia à cintura, servindo para o transporte de algumas moedas para pagamento das despesas da deslocação.







O Cajado (ou Bordão)



O Cajado, bordão ou bastão é o símbolo por excelência do peregrino. Instrumento imprescindível, serve de apoio e de defesa ao longo dos percursos, especialmente nas descidas por caminhos atapetados de pedras redondas. Também é uma forma de aliviar a fadiga, pois o caminho é longo e cansativo e todos as ajudas são bem vindas, seja para o terreno plano ou para a subida de montes.

Na Idade Média, o cajado tinha um significado simbólico interessante. Representava a terceira perna, e também a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Feito de galhos das avelaneiras ou das castanheiras, o cajado é hoje substituído pelos bastões de caminhada, retráteis e com amortecedores.





A Cabaça (ou Cantil)

Os peregrinos usavam-na pendurada no Cajado e era utilizada para transportar líquidos, sobretudo água.
Nos dias de hoje, a cabaça foi substituída pelo cantil.




A Estrela

A estrela é fonte de luz e farol na escuridão. A Via láctea, constituída por um número incontável de estrelas, é também conhecida entre o povo como a estrada de Santiago. Simboliza, pois, o caminho dos peregrinos.

O local onde se supõe que o Apóstolo Tiago foi sepultado chama-se Compostela. Esta palavra tanto pode significar sepultura bem cuidada como campos de estrelas. Tendo em conta a visão do monge Pelágio já referida e o simbolismo das estrelas, esta segunda interpretação parece a mais adequada à mística do local e do Caminho de Santiago.
Pode ser questionada a utilização de um molusco como símbolo, mas, sendo a Vieira um molusco que surge nas praias da costa num caminho que é maioritariamente de interior, tal facto deve-se às peregrinações ao fim do mundo (Fisterra) em adoração ao pôr-do-sol.

Chegados à beira-mar, estes peregrinos pré-históricos apanhavam da praia as vieiras, como prova da sua viagem. Afirma a lenda que Santiago terá chegado a estas terras por via marítima (vide Rota Marítima), a Vieira assumiu-se, também, como símbolo das peregrinações a Santiago de Compostela.
Na simbologia jacobeia, as conchas estão associadas a um episódio lendário. Diz a lenda que um cavaleiro das Terras da Maia viu ao largo da costa a barca que transportava o corpo do Apóstolo Tiago.
Num ápice, o seu cavalo precipitou-se pelo mar adentro em direcção à barca. Pouco depois, ambos emergiram das águas do Atlântico e regressaram a terra, sãos e salvos, cobertos de conchas.
Hoje, sob a forma de recordação, serve também como comprovativo da viagem a Santiago e da chegada ao Santuário. Os peregrinos levam-na pendurada ao pescoço, utilizando-a para saciar a sede nas ribeiras, rios ou fontanários por onde passam.





A Credencial

É um documento da Oficina do Peregrino, em Santiago, órgão da Catedral de Santiago que cuida do Caminho e dos peregrinos.


Credencial do Peregrino


A Credencial é vendida às associações de amigos do Caminho, às Confrarias do Apóstolo em todo o mundo que as distribuem aos peregrinos, muitas vezes de forma gratuita.
Algumas confrarias e associações tem suas próprias credenciais, como na Itália e na França, mas a maioria usa a credencial espanhola.Na credencial o peregrino é identificado e este é o documento que permite o alojamento nos albergues do Caminho.






Credencial com selos



Em cada parada, o peregrino deve obter um selo, um carimbo, na credencial (atualmente a Oficina exige dois carimbos por dia), para certificar que ele efetivamente passou pelas lugares, fez realmente o Caminho. Este documento é analisado na Oficina do Peregrino, para a obtenção da Compostela.



Compostela

Com a institucionalização e posterior importância social que a Peregrinação a Santiago foi ganhando ao longo dos tempos, tornou-se necessário encontrar uma forma de certificar que os peregrinos realmente tinham feito a caminhada até chegar ao túmulo do Apóstolo.

Inicialmente, a certificação era feita pela a atribuição da Vieira com as insígnias de Santiago (ainda hoje Símbolo do Caminho), mas rapidamente começaram a surgir falsificações.

Dada esta situação, no Sec. XIII os prelados compostelanos e o Papa, criaram a Carta Probatória e excomungaram todos os falsificadores.
A Carta Probatória deu depois lugar à Compostela, que é actualmente o documento oficial que certifica que o peregrino fez o Caminho de Santiago.

A Compostela é um Certificado emitido pela Igreja Compostelana com o carimbo e a assinatura do Secretário Capitular da Igreja Compostelana.
A Compostela só poderá ser obtida em Santiago de Compostela, na “Oficina de Acogida al Peregrino” (perto da Catedral) e será atribuída, pessoalmente, apenas a quem apresentar a sua Credencial do Peregrino devidamente carimbada, provando que fez os últimos 100 km do Caminho a pé ou a cavalo ou os últimos 200 km do Caminho de biciclete, e em dias consecutivos.

Por outro lado, o Caminho deverá também ter sido feito por “pietis causa”, seja ele o Espírito Cristão ou quaisquer outros motivos espirituais e de busca interior. Caso contrário, existe outro tipo de certificação que também se obtem no mesmo local.




As Pedras

As pedras são símbolos muito marcantes do caminho. Frequentemente são encontrados montinhos de pedras, às vezes em grande quantidade, em locais específicos do caminho, ou ainda, pedras em cima dos marcos de distância ou simplesmente à margem dos caminhos

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