28.4.12

Problemas Digestivos






A dieta humana é formada por alimentos constituídos por nutrientes (oligoelementos, vitaminas, minerais), fontes de energia (hidratos de carbono, proteínas e gorduras), resíduos (na sua maioria fibras vegetais) e também por água. Os oligoelementos, as vitaminas e os minerais são absorvidos, praticamente inalterados, para a circulação sanguínea. Contudo, os restantes nutrientes, para serem absorvidos e entrarem na corrente sanguínea, necessitam de ser decompostos pelos agentes digestivos em substâncias mais simples e de menores dimensões.

A decomposição dos alimentos é em primeiro lugar física e deveras importante (acção mecânica dos dentes e movimentos peristálticos do estômago). Numa segunda fase dá-se a alteração química, desencadeada pela acção dos enzimas, ácidos e minerais.
Todo este processo tem início na boca onde se realiza a fase de mastigação e ensalivação. Daí os alimentos seguem através do esófago para o estômago onde são misturados com ácido clorídrico e pepsina o que, em conjunto com os movimentos estomacais, permite que a decomposição alimentar prossiga dando origem ao que é conhecido como quimo.

Mais adiante, já no duodeno e, devido à acção dos sais e ácidos biliares (produzidos pelo fígado e armazenados e segregados pela vesícula), bem como dos enzimas provenientes do pâncreas, vai dar-se a transformação do quimo em quilo. É após esta fase e, já no intestino delgado, que se vai realizar a absorção dos nutrientes, sendo os restantes resíduos alimentares conduzidos (com maior ou menor rapidez e dificuldade) para o exterior através do intestino grosso e do ânus. Está assim concluída a digestão.

Existem várias factores que podem perturbar este complexo processo que nos é tão vital. Basta ter em conta não só a quantidade de órgãos envolvidos nesta função, como a variedade e qualidade dos alimentos que ingerimos, os hábitos de vida que levamos, os agentes agressivos a que estamos sujeitos como o stress ou a poluição, por exemplo.

De entre as muitas patologias possíveis destacam-se, desde logo, as que podemos chamar de orgânicas e que englobam, entre outras as esofagites, gastrites, úlceras, tumores, cálculos biliares, as colites ulcerosas, etc.. Embora nestas situações a prevenção seja importante, elas não dispensam uma avaliação e diagnóstico clínicos, de forma a que o tratamento médico e/ou cirúrgico adequado seja encontrado.

Contudo, são também muito comuns os problemas vulgarmente ditos funcionais, como a acidez (azia), má digestão, enjoos, vómitos, enfartamentos, gases, prisão de ventre, mau hálito, etc. É sobre estes últimos casos que me vou debruçar. De facto, embora estas situações devam sempre ser apreciadas pela opinião médica, podem ser frequentemente aliviadas ou resolvidas através de uma alimentação mais racional e equilibrada, pela alteração de certos hábitos do nosso dia a dia e ainda pelo recurso a suplementos alimentares, principalmente aqueles que sejam elaborados à base de plantas com efeitos benéficos sobre o aparelho digestivo.

Assim e, no que diz respeito à alimentação e hábitos de vida, existem algumas regras básicas fundamentais para ajudar a proporcionar uma digestão sem problemas e das quais destaco as seguintes:
  • A qualidade e estado de conservação dos alimentos a preparar é fundamental;
  • A sua confecção deverá ser feita de forma simples (grelhados ou cozidos) de forma a evitar fritos, refogados ou molhos muito elaborados. Para condimentar as refeições poderá recorrer à utilização de ervas aromáticas e/ou especiarias, pois em muitos casos estas possuem qualidades digestivas (ex: coentros, salsa, funcho);
  • O recurso às gorduras deverá ser moderado, devendo dar-se preferência às que tenham origem vegetal e sejam poli e mono insaturadas;
  • Vegetais, frutos e fibras não deverão nunca ser esquecidos, pois são essenciais a um bom funcionamento intestinal, ajudando, por isso a combater a prisão de ventre, o enfartamento e a sensação de abdómen inchado;
  • As refeições não devem ser demasiado abundantes mas sim ser fraccionadas ao longo do dia (o ideal seria ingerir alimentos cerca de 6 vezes por dia com intervalos de 2-2,5 horas);
  • Os alimentos devem ser bem mastigados e ensalivados (é aqui que a digestão começa!);
  • A ingestão de líquidos ao longo do dia (cerca de 1-1,5l de água) é essencial; - após uma refeição farta é desaconselhável ir deitar-se de imediato;
  • Muitas situações de stress e problemas emocionais do dia a dia dão origem a alterações digestivas graves; procure descontrair-se e evitá-las;
  • O consumo de álcool, café e tabaco são também prejudiciais ao bom funcionamento do processo digestivo.

No entanto, nas alterações o factor pessoal é também bastante determinante, pelo que todas as situações daí decorrentes deverão ser analisadas caso a caso.

Em suma, uma vida o mais saudável possível, constitui uma ajuda preciosa para evitar e/ou solucionar alguns problemas digestivos.

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