Por volta de 1135 surge a primeira obra escrita que se converte no principal guia aos peregrinos. Um dedicado peregrino francês, o padre Aymeric Picaud, natural da localidade de Poiton – Parthenay-le-Vieux, provavelmente com o apoio da Ordem de Cluny, escreveu cinco volumes sobre a vida de Santiago acrescentando ao texto comentários sobre a sua peregrinação efetuada a cavalo em 1123. Estas crônicas eram intituladas “Liber Sancti Jacobi”, mas pôr serem dedicadas ao Papa Calixto II, passaram a denominar-se de “Códice Calixtino”. Atualmente existem 6 (seis) cópias do referido manuscrito conservado em Compostela, Londres, Paris, Roma, Ripoll e Alcobaça em Portugal.
Este Itineraria Compostellana que segue antigos modelos de itinerários à Terra Santa e a Roma, informa das dificuldades do caminho pela sua distancia, pelo seu traçado, por seus riscos, o texto era uma leitura edificante: oração e penitencia como caminho de transformação. O itinerário espiritual era mais transcendente, pois o peregrino colocava a sua peregrinação em um processo espiritual em evolução, fechado em si mesmo. Para ser peregrino jacobita de verdade, não era necessário alcançar a meta, a Basílica e o sepulcro de Santiago. Chegar era uma recompensa aos devotos por peregrinar, por isso Compostela ocupa pouco espaço nas descrições com relação às descrições do caminho. Compostela se reduz a Catedral, lugar de orações, conversão, meditação e centro cultural artístico e econômico da cidade. A vida dos seus habitantes se fazia em torno da Catedral e em suas três ruas. Os que morriam ou não regressavam, eram também considerados peregrinos tal como os que chegavam à Catedral.
A peregrinação era uma conversão pessoal e social. Um ideal de um homem novo em atitudes militante, ativa, que se impunha como as cruzadas, os cavalheiros e os monges cristãos. No século XII este livro era um perfeito exemplo de literatura clerical moralizadora, exemplar e edificante.
O primeiro volume é uma antologia de hinos e sermões; o segundo uma compilação de milagres realizados pelo Apóstolo; o terceiro outra coleção de histórias relacionadas com a vida do Apóstolo e o descobrimento de sua tumba.
O quarto compreende a história de Carlos Magno e de seu sobrinho Roldán, descrevendo como Carlos Magno viu o Apóstolo sobre a via Láctea incitando-o a libertar a Galicia dos mouros, as campanhas de ambos na Espanha no século VIII e uma sucessão de lendas aonde são narradas a luta do gigante Ferragut com Rondán, as batalhas de Carlos Magno frente a Almanzor e a traição de Ganelón que leva ao desastre de Roncesvalles.
O quinto é o mais interessante para nós, é o que se conhece como o “Guia do Peregrino” que descreve através de notas não muito exatas a sua peregrinação, as principais rotas na França e na Espanha que se unem em Puente de la Reina, as etapas a percorrer, as cidades e pueblos, hospitais, restaurantes existentes no caminho, os rios potáveis ou não, informa os principais sepulcros e suas relíquias; descreve as “mirabilia urbis Compostellae” e aos viajantes sobre toda a classe de assuntos, também recorda o milagre do reverdecimento das lanças dos combatentes de Carlos Magno em Sahagún, transformando em chopos do rio Cea.
Picaud dividia o itinerário, através do caminho Francês em 13 (treze) etapas perfeitamente delimitadas, cada uma das quais se fazia em vários dias segundo o animo de cada grupo de peregrinos, a uma velocidade média de uns 35 quilômetros diários a pé, ou quase o dobro se fosse a cavalo.
Este Itineraria Compostellana que segue antigos modelos de itinerários à Terra Santa e a Roma, informa das dificuldades do caminho pela sua distancia, pelo seu traçado, por seus riscos, o texto era uma leitura edificante: oração e penitencia como caminho de transformação. O itinerário espiritual era mais transcendente, pois o peregrino colocava a sua peregrinação em um processo espiritual em evolução, fechado em si mesmo. Para ser peregrino jacobita de verdade, não era necessário alcançar a meta, a Basílica e o sepulcro de Santiago. Chegar era uma recompensa aos devotos por peregrinar, por isso Compostela ocupa pouco espaço nas descrições com relação às descrições do caminho. Compostela se reduz a Catedral, lugar de orações, conversão, meditação e centro cultural artístico e econômico da cidade. A vida dos seus habitantes se fazia em torno da Catedral e em suas três ruas. Os que morriam ou não regressavam, eram também considerados peregrinos tal como os que chegavam à Catedral.
A peregrinação era uma conversão pessoal e social. Um ideal de um homem novo em atitudes militante, ativa, que se impunha como as cruzadas, os cavalheiros e os monges cristãos. No século XII este livro era um perfeito exemplo de literatura clerical moralizadora, exemplar e edificante.
O primeiro volume é uma antologia de hinos e sermões; o segundo uma compilação de milagres realizados pelo Apóstolo; o terceiro outra coleção de histórias relacionadas com a vida do Apóstolo e o descobrimento de sua tumba.
O quarto compreende a história de Carlos Magno e de seu sobrinho Roldán, descrevendo como Carlos Magno viu o Apóstolo sobre a via Láctea incitando-o a libertar a Galicia dos mouros, as campanhas de ambos na Espanha no século VIII e uma sucessão de lendas aonde são narradas a luta do gigante Ferragut com Rondán, as batalhas de Carlos Magno frente a Almanzor e a traição de Ganelón que leva ao desastre de Roncesvalles.
O quinto é o mais interessante para nós, é o que se conhece como o “Guia do Peregrino” que descreve através de notas não muito exatas a sua peregrinação, as principais rotas na França e na Espanha que se unem em Puente de la Reina, as etapas a percorrer, as cidades e pueblos, hospitais, restaurantes existentes no caminho, os rios potáveis ou não, informa os principais sepulcros e suas relíquias; descreve as “mirabilia urbis Compostellae” e aos viajantes sobre toda a classe de assuntos, também recorda o milagre do reverdecimento das lanças dos combatentes de Carlos Magno em Sahagún, transformando em chopos do rio Cea.
Picaud dividia o itinerário, através do caminho Francês em 13 (treze) etapas perfeitamente delimitadas, cada uma das quais se fazia em vários dias segundo o animo de cada grupo de peregrinos, a uma velocidade média de uns 35 quilômetros diários a pé, ou quase o dobro se fosse a cavalo.
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