O impacto da produção da carne no ambiente é colossal face à produção de vegetais. Em 1997 quando nos EUA, existiam pouco mais de 265 milhões de pessoas , no relatório publicado nesse ano pela Universidade de Cornell, afirmava que os EUA podiam alimentar 800 milhões de pessoas com o grão que era dado ao gado. No mesmo relatório afirma-se também que são necessários oito vezes mais combustíveis fósseis para produzir proteína animal do que proteína vegetal e que a primeira é apenas 1,4 vezes mais nutritiva do que a segunda.
A adicionar a este aspecto, a produção de alimentos animais consome volumes muito elevados de recursos hídricos. Num mundo onde actualmente um terço da população não tem acesso a água para as suas necessidades diárias a escassez deste recurso torna-se cada vez maior, à medida que a população aumenta e países como a Austrália , Argentina , ou estados como a Califórnia se vêem assolados por secas severas.
Sendo assim, é necessário gerir melhor este recurso que é a base da vida no nosso planeta. A partir do gráfico ao lado é possível observar a quantidade de água necessária para a produção de um quilograma de diferentes alimentos, com os alimentos animais a dominarem o topo da escala, como os mais consumidores sendo que, um quilograma de carne bovina necessita mais de 700% de água do que um quilograma de feijão de soja.
Embora o consumo de combustíveis fósseis e o consumo de água já sejam factores muito importantes, é importante também ter em conta que, em 25 anos 40% da floresta Amazónica já foi destruída , isto para campos para alimentar o gado que é servido à mesa dos países industrializados.
Por fim, é também importante referir o impacto dos gases com efeito de estufa, provenientes das criações animais. Uma vez mais, a pecuária surge no topo da lista, pois a fermentação entérica dos ruminantes dos quais se destacam os bovinos, são os maiores responsáveis pela emissão de metano, gás que, embora em termos de quantidade libertada venha a seguir ao dióxido de carbono, é 21 vezes mais poluente.
Em resumo, a fermentação entérica é um processo que decorre na digestão dos ruminantes onde através da fermentação os micróbios tornam o alimento, digerível pelo animal e, é neste processo que é produzido o metano .
Note-se ainda que se juntar as emissões dos processos digestivos ao estrume, a pecuária afasta-se ainda mais dos outros responsáveis pela emissão do metano. De forma a ficar com uma ideia mais concreta, e se falarmos do dióxido de carbono, um quilograma de carne de vaca produz tanto dióxido carbono quanto uma viagem de 250km de carro .
A indústria pecuária é a actividade que mais contribui para os gases com efeito de estufa, ultrapassando as emissões do sector dos transportes (automóveis, aviões e outros veículos), sendo assim responsável pela emissão de 18% de gases que contribuem para as alterações climáticas .
Assim pode verificar-se que a produção de carne produz uma factura ambiental muito grande, através do consumo de combustíveis fósseis, do consumo de recursos hídricos, de solo e ainda é um grande produtor de gases com efeito de estufa. Portanto é responsabilidade de cada um, o Planeta que se quer deixar às gerações futuras.
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