7.4.12

Alho



O alho é uma planta usada há milhares de anos em todo o mundo quer como tempero quer pelo seu valor terapêutico. Aliás, o seu uso medicinal precede a sua utilização como alimento. Os egípcios que trabalharam na construção de pirâmides tomavam-no para lhes dar força e resistência e, durante as duas grandes guerras mundiais, os médicos utilizaram-no para tratar ferimentos devido à escassez de medicamentos.

O alho (Allium sativum) que concentra as suas propriedades no bolbo, é uma planta da família das Liliáceas, da qual também faz parte, por exemplo, a cebola. Os benefícios do alho derivam dos seus mais de 100 compostos de enxofre. Quando se esmaga ou mastiga um dente de alho, a aliína (um desses compostos), através da acção do enzima aliínase, transforma-se em alicina, a substância responsável pelo forte odor e pelos principais efeitos terapêuticos do alho. Ao cozinhar o alho inibe-se a libertação de alicina, bem como de outras substâncias. Nutricionalmente, fornece poucas calorias, mas apresenta um teor considerável de proteínas. No que se refere aos minerais, contém cálcio, fósforo, sódio e potássio. Possui ainda vitaminas do grupo B e vitamina C.

Ao longo de séculos, o alho tem sido utilizado como panaceia. Contudo, actualmente e, após terem sido realizados milhares de estudos científicos, os investigadores corroboram a eficácia desta planta como benéfica, principalmente na prevenção de doenças cardiovasculares. O alho ajuda a reduzir o risco de aterosclerose e de ataque cardíaco, pois evita que as plaquetas se aglomerem e se fixem nas paredes das artérias. Parece haver indícios de que esta planta ajuda a dissolver as proteínas que formam os coágulos. O alho ajuda também a baixar a tensão arterial devido ao facto de alargar os vasos sanguíneos, o que permite uma melhor circulação do sangue. Esta planta ajuda ainda a diminuir os níveis de colesterol LDL (colesterol mau) e de triglicéridos e a aumentar os de colesterol HDL (colesterol bom).

A alicina possui ainda propriedades antioxidantes que, segundo estudos recentes, ajudam a colmatar o efeito nefasto dos radicais livres e a destruir células cancerígenas. O alho parece ser um promissor na prevenção de cancros do tracto digestivo. As suas propriedades anti-sépticas e antibacterianas transformam-no numa opção útil em casos de constipações e outras infecções. Existem relatos de resultados positivos em relação ao combate de fungos, como o que provoca o pé-de-atleta.

Empiricamente, o alho é também utilizado para diminuir as queixas reumáticas, apesar de grande parte dos estudos científicos não contemplarem esta propriedade.

Pode optar por ingerir a planta fresca, o pó em cápsulas ou comprimidos, o óleo ou em cápsulas de gelatina mole. No que se refere à dosagem, os especialistas recomendam o extracto estandardizado com 10mg de aliína, fornecendo 4000 mcg de alicina por comprimido, o que equivale a um dente de alho fresco. Recomendam-se 400 a 600mg diários como manutenção, no caso de uma pessoa saudável. Na prevenção de doenças cardiovasculares estes valores devem ser duplicados. A ingestão de suplementos de alho deve ser acompanhada de alimentos para evitar o mau hálito provocado por esta planta. Para ajudar a minimizar este problema existem suplementos com cobertura entérica que permitem que este atravesse o estômago sem ser digerido, o que assegura a formação de alicina e diminui o risco de mau hálito.

Tire o melhor proveito de mais um suplemento que a Natureza tem para nos oferecer. No entanto, chamo a atenção para o facto de dever consultar o seu médico antes de tomar suplementos de alho se estiver a tomar anticoagulantes, como a aspirina, pois esta planta pode intensificar o efeito destes. 


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