1a Etapa – Lisboa a Lisboa/Parque das Nações (aprox. 10 km):
A capital lusa sempre foi um ponto de partida para os peregrinos destas terras. Costumeiramente tem-se a Catedral da Sé como ponto de partida, onde encontra-se a primeira flecha amarela ao pé do portal da igreja. Mas nada custa iniciar a empreitada na Igreja de Santiago, um pouco mais acima da Sé. De qualquer forma, iniciado o caminho, percorre-se todo o bairro medieval da Alfama, até encontrar o rio Tejo, companheiro pelas próximas jornadas. Deixa-se para trás a estação de trens e o cais. Logo adentra-se bairros periféricos de Lisboa, sempre sob asfalto. Logo chega o bairro moderno do Parque das Nações, onde há a Pousada da Juventude, local sugerido para o descanso, tendo em vista que a próxima possibilidade de alojamento está 20 ou 25 km. Àqueles que não dispõem de tempo ou que têm preparo, a primeira etapa pode terminar em Alverca ou Alhandra, abaixo.
2a Etapa – Parque das Nações a Alverca do Ribatejo/Alhandra (20/25km):
Apesar da parca sinalização, o peregrino não se perde: basta caminhar à margem do Tejo, muito agradável por sinal. Atravessa-se o parque do Tejo, e prossegue pelo passeio, sob uma estrutura de madeira. Passa-se por baixo da estrutura da enorme ponte Vasco da Gama, e, passeando ao largo de uma esplanada, chega-se ao final do passeio, onde toma-se à esquerda, ao longo do afluente do Tejo, o rio Trancão, em direção a Sacavém. Em seguida, ao longo deste rio, caminha-se cerca de 10 km até Alpriate. A partir daí o asfalto e rodovia predominam, e o caminhante passa por Póvoa de Santa Iria antes de alcançar Alverca. Aqui, há um departamento de Bombeiros que não costuma hospedar peregrinos, Alternativamente, há algumas casas de dormida, mas também costumam estar cheias. A opção mais segura nesta etapa é ir até Alhandra, cerca de 4km adiante, onde os bombeiros fazem acolhida. Qualquer que seja a opção, ela será sob asfalto.
3a Etapa – Alverca/Alhandra a Azambuja (30/25km):
Esta etapa é dura por causa da predominância do asfalto e pela falta de locais interessantes. A primeira localidade por qual se caminha é Vila Franca de Xira, que mantem longa tradição de touradas. O pequeno parque ao lado do Tejo por qual se atravessa a cidade é um pequeno alento no longo dia na estrada. Em seguida, uma perigosa travessia dupla de uma autovia leva o peregrino a Vala do Carregado, sempre ao lado da rodovia, sem grandes atrativos. Depois de desviar de uma usina termoelétrica, chega-se a Vila Nova da Rainha, que ao menos oferece uma boa sombra e fonte d’água. Depois de um merecido descanso o peregrino enfrenta uma longa reta pelo acostamento da autovia até chegar em Azambuja, que também tem tradição toureira. Aqui os bombeiros também fazem acolhida, e há a opção de um bom residencial, ao lado da estação de trem, que tem belos murais de azulejos.
4a Etapa – Azambuja a Santarém (32 km):
Mais uma longa etapa que exige que o peregrino saia cedo, a fim de evitar o sol numa área sem sombras. Enfim o peregrino caminha longe das estrada e pode aproveitar a trilha entre árvores e campos de cultivo. Caminha-se em direção ao Tejo até chegar ao dique de proteção, que será o guia por uns 12km. Passa-se por Reguengo e Valada, onde é possível alojamento na Igreja. Depois disso atravessa-se um ou outro povoado, mas sempre ao lado do dique. Quando enfim se deixa o dique, entra-se num vinhedo até sair na estrada, e a esta altura Santarém já está a vista no alto. Há diversas opções de pensões e residenciais, além da acolhida nos bombeiros voluntários. A cidade convida a um passeio, com suas diversas igrejas e longa história.
5a Etapa – Santarém a Golegã (32km):
Quanto mais o peregrino se afasta de Lisboa, mais agreste fica o Caminho. Porém, neste longo mas bonito trecho, o Caminho carece de flechas, e o peregrino, além de ter muito atenção, deve se informar cuidadosamente sobre o caminho que seguir. Depois da bela descida de Santarém, as flechas levam o caminhante a vinhedos, e há que ter muito cuidado para não se perder. Depois de passar por Vale de Figueira, onde há pelo menos um bar, o viajante volta a atravessar longos campos de cultivo, e novamente as flechas são precárias. Depois, chega-se a Pombalinho, aldeia que não se chega a cruzar, e tornando à direita, caminha-se em direção a Azinhaga, cidade natal de José Saramago. Em seguida, longos e monótonos 10km sob estrada até Golegã. A cidade é agradável, autodenominada capital do cavalo, com uma antiga e bonita igreja, já citada por Confalonieri em seu relato medieval. Há bares, restaurantes e mercados. Os bombeiros fazem acolhida, e ao lado, no parque de campismo, também há alojamento.
6a Etapa – Golegã a Tomar (30km):
Etapa difícil, tanto pela distância, quanto pela falta de sinalização. Depois de Golegã o peregrino passa pela Quinta da Cardiga, antiga possessão templária, junto a uma ponte medieval. A seguir, passa por Vila Nova da Barquinha, cujos bombeiros fazem acolhida. Depois de Atalaia, o caminho entra em um bosque de eucaliptos. Aqui deve-se tomar cuidado, pois além das setas estarem mal-colocadas – nas cascas das árvores – há extração de madeira na área. Muito cuidado depois de atravessar o viaduto sobre a autovia, pois o caminho segue forte à direita, numa subida, em direção a Grou. Caso o peregrino passe a saída, acabará na rodovia, que também o levará a Tomar, reencontrando o caminho em Asseiceira. Uma vez aqui, são 11km de estrada até a monumental Tomar, que exige um bom tempo do peregrino para visitar seu enorme e bem conservado castelo templário.
7a Etapa – Tomar a Alvaiázere (32km):
Outra etapa longa em demasia. Cuidado na saída de Tomar, que está mal sinalizada. O Caminho segue pelos campos e bosques, e eventualmente um povoado, sempre com um bar para o peregrino. Os trechos de bosques têm bifurcações mal sinalizadas. Depois de um longo trecho de bosque e de passar uma grande quinta, o peregrino chega a uma rodovia e tem pela frente uma longa e tediosa caminhada, pela estrada e ao lado de oliveiras. São cerca de 8 km. Em Cortiça, o peregrino pode optar pela estrada ou seguir um caminho paralelo, passando por pequenos povoados. Há bombeiros em Alvaiázere, mas não é certeza de acolhida. A única opção é o Residencial Bráz, que não se importa muito com os peregrinos e cobra caro a estadia e o jantar.
8a Etapa – Alvaiázere a Ansião (14km):
A jornada é curta pois é o único modo de dividir um etapa de 32km. No entanto, é bonita e tranquila, sem sobressaltos. Um caminho por bosques e pequenos vilarejos, com muitas laranjeiras e cerejeiras. Ansião oferece de tudo para o peregrino, inclusive estadia com os simpáticos bombeiros em seu salão de festas ou um residencial, além de mercados e bares.
9a Etapa – Ansião a Rabaçal (19km):
Etapa tranquila, praticamente continuação do ambiente anterior. Atravessa-se vário vilarejos, mas sem nenhum bar. Em Ribeira de Alcalamouque há uma antiga mercearia, mas nem sempre a Dna. Ludovina está lá para atender carinhosamente os peregrinos. O trecho final parece ser uma grande volta para chegar em Rabaçal, já que se avista de longe a cidade. A acolhida é ao lado do interessante museu romano. No restaurante Ruínas, o sr. Rui faz uma bela recepção aos peregrinos.
10a Etapa – Rabaçal a Coimbra (30km):
Etapa deveras comprida. O trecho entre Rabaçal e as ruínas de Conímbriga é belíssimo, correndo ao largo de um leito de rio seco, entre bosques e pastos. Em Fonte Coberta, há várias menções a Santiago. Passa-se ao largo das ruínas, mas é possível visitá-las. Depois do museu, o ambiente torna-se urbano até Coimbra. O melhor seria dividir a etapa em Condeixa-a-Nova, mas aparentemente não há alojamento. Segue-se praticamente em uma só urbanização, passando por diversos bares e opções de parada para descanso. A chegada em Coimbra é bonita, pois se vê a cidade de cima, do outro lado do rio Mondego. O peregrino passa pelo Convento de Santa Clara-a-Nova, onde uma parada é obrigatória, pois há uma estátua da Rainha Santa em vestes peregrinas, e seus restos mortais estão na igreja do Convento. Descendo, o caminhante passa pelo Convento de Santa Clara-a-Velha, que foi recentemente reformado, pois há séculos ficava abaixo da linha do rio. Atravessando a ponte sobre o rio Mondego, o peregrino pode seguir à esquerda em direção aos bombeiros, que costumam fazer acolhida, ou seguir em frente para a longa caminhada até a Pousada da Juventude.
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