São frequentes as referências à poluição a que estamos sujeitos, quer atmosférica (gases tóxicos que diariamente se lançam às toneladas no ar), quer alimentar (os pesticidas), ou mesmo até sonora. Poucas vezes, no entanto, se chama a atenção para a degradação e poluição dos solos.
Tanto o derrube do revestimento vegetal (muitas vezes até às raízes) que conduz ao empobrecimento do substracto orgânico, como o uso intensivo de adubos que provoca alterações ao nível do equilíbrio mineralógico (com quantidades exageradas de uns minerais em detrimento de outros), têm um grande impacto na qualidade dos nossos alimentos, que também eles ficam com deficiência em certos minerais, o que, por sua vez, nos é transmitido através da alimentação. Se qualitativamente, os alimentos já apresentam alterações, elas agravam-se no nosso organismo pela má escolha dos mesmos, com excesso de produtos proteicos e gordos e falta de cereais, vegetais e fruta. Mas, porquê falar de magnésio? Este é um mineral que activa cerca de 76% das enzimas do nosso organismo, o que significa três quartos do funcionamento do mesmo. 70% do magnésio está concentrado nos ossos, juntamente com o cálcio e o fósforo. O restante encontra-se nos músculos, nos eritrócitos (glóbulos vermelhos do sangue) e nos diversos tecidos do corpo. Como resultado da sua intervenção, o magnésio exerce muitas acções reguladoras no organismo. Previne calcificações ao nível dos tecidos moles, como os rins, glândulas hormonais, vasos sanguíneos, articulações, etc. Ajuda a manter o colesterol em níveis normais, podendo ainda ter efeitos positivos em situações de ansiedade, insónia, palpitações cardíacas, irritabilidade, cãibras musculares, espasmos musculares, depressões etc. Ajuda ainda a regularizar o apetite, importante para quem sofre de algum grau de bulimia ou anorexia. Intervém também no metabolismo energético, das proteínas, das gorduras e dos hidratos de carbono. De tudo isto, pode depreender-se a enorme importância de uma ingestão correcta deste mineral. São várias as afecções que podem estar associadas com a deficiência na ingestão de magnésio ou com o momento da sua excreção. Angina de peito, hipertensão, arritmias cardíacas, trombose, ansiedade, depressão, obstipação, obesidade, diabetes, osteoporose, cálculos renais, síndroma pré-menstrual, para só citar as mais comuns, são exemplos de situações que podem beneficiar com um aumento de aporte de magnésio, através dos alimentos e/ ou de suplementos, se necessário. Face a estas considerações, é importante que saiba onde pode encontrar as maiores fontes de magnésio. O pão integral, os cereais de pequeno almoço enriquecidos, o arroz e as massas integrais, as leguminosas secas, o tofu ("queijo de soja"), o "leite de soja" , o peixe, amêndoas e nozes, sementes de girassol e de sésamo, brócolos, alcachofra, espinafres, são, todos eles, boas fontes de magnésio. Ele entra, aliás, na composição da clorofila (substância que dá cor verde aos vegetais), pelo que, na sua maioria, são elementos que devem estar diariamente presentes na nossa alimentação. No entanto, para manter nos alimentos o máximo teor de magnésio, eles devem ser cozinhados "ao vapor" ou com pouca água e no mais curto espaço de tempo possível. Para que este precioso mineral não lhe falte, é necessário ter ainda em atenção outros factores. O uso de diuréticos ao eliminarem água do organismo, podem também provocar perda de magnésio. Por outro lado, quanto mais rica for a dieta em gorduras, em proteínas ou em açúcares, maior a necessidade de suplementação neste mineral. O magnésio constitui ainda um elemento de equilíbrio no que diz respeito ao metabolismo do cálcio, contribuindo para que este último não se acumule nos rins, tecidos moles e artérias. Ora este é um aspecto muito importante a que nem sempre é dada a devida atenção. A dose diária recomendada oscila entre os 400 a 750mg, não apresentando contra-indicações, excepto no caso da insuficiência renal. Contudo, se tomar diuréticos, se for diabético, cardíaco, se tiver uma alimentação desequilibrada ou ainda se sofrer de insónias, depressão, caimbras, etc, as suas necessidades de magnésio poderão estar aumentadas e, sendo assim, a dose recomendada pelo seu médico pode ser superior a 800mg/ dia. Hoje em dia, existem suplementos à base de muitos sais de magnésio como é o caso dos sulfatos, gluconatos, cloretos, glicinatos, aspartatos, etc. Mas não se esqueça que, se sofre de alguma afecção, nomeadamente das que foram referidas aqui e, em caso de dúvida, deve sempre aconselhar-se, em primeiro lugar, com o seu médico. |
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